São Carlos: polícia é acionada contra professora por trabalho com pedófilo
sexta-feira, 18 de novembro de 2011Depois de o caso repercutir nacionalmente e até fora do país, os pais da garota P.C., 12 anos, moradora da cidade São Carlos, distante 231 km de São Paulo, que recebeu da sua professora de português a determinação para realizar um trabalho procurando um pedófilo nas salas de bate papo na internet, foi registrado nessa quinta-feira um boletim de ocorrência contra a professora K.S., 31 anos.
De acordo com A.T.S., padrasto da menina, foi preciso que o caso repercutisse na mídia para que eles conseguissem registrar a queixa contra a professora. “O caso foi registrado baseado no artigo 218 – corrupção de menores consumado”, conta. Na quarta-feira, a Polícia Federal registrou o boletim de ocorrência e vai investigar o fato paralelo a investigação civil, já que garota possui dupla cidadania por ter nascido nos Estados Unidos.
Indignados, os pais da menina foram até a escola para tirar satisfação com a professora e com a direção da unidade, mas de acordo com o padrasto da menina, não foram muito bem recebidos. “A diretora da escola chegou a dizer que tudo isso era invenção da minha cabeça, registrou boletim de ocorrência contra mim por calúnia e difamação, mas chegou até a me perguntar quanto que eu queria para não manchar a imagem da sua escola”, afirma.
Os pais da menina acionaram o Conselho Tutelar, que conseguiu a transferência dela para outra unidade escolar no próprio município. Segundo a conselheira tutelar Rose Helena Aparecida Polese, o assunto está encerrado para o conselho, já que a garota não corre mais nenhum risco. “Agora o assunto é entre os pais da menina, a professora e provavelmente a justiça”, disse.
Revoltados, os pais afirmam não serem contra o trabalho abordando o tema pedofilia, desde que uma menina adolescente não seja exposta dessa maneira. “Esse trabalho poderia ser feito com recortes de jornal, conversando com autoridades, não colocando em risco a integridade da minha menina”, reclamaram. “E se esse tal pedófilo rastreia o endereço da menina? Na verdade, em nenhum momento a professora pensou nas consequências dessa atitude”, completaram.
De acordo com o padrasto, até o Consulado Americano foi comunicado do fato e eles informaram que alguns procedimentos eram necessários, como o boletim de ocorrência, para que eles pudessem se aprofundar no caso. “Vamos acionar a Justiça e processar a professora para que o caso não fique impune”, afirmaram os pais.
O Terra tentou contato com a diretora da escola, mas na unidade ninguém fala sobre o fato e a ligação, quando é transferida, sempre cai. O contato com a professora também foi buscado, mas até mesmo o perfil que a mesma mantinha na rede de relacionamentos Facebook foi excluído. A diretoria Regional de Ensino registrou processo interno para investigar o caso, mas não confirmou se a professora foi ou não afastada de suas funções.
Entenda o caso
O fato aconteceu na quarta-feira, 9 de novembro, na Escola Estadual Professora Maria Ramos, Bairro Boa Vista, em São Carlos. A adolescente recebeu da professora a determinação para entrar em uma sala de bate-papo usando um nome fictício, mas com a idade verdadeira, e tentasse puxar conversa com um pedófilo.
No caderno da menina, um bilhete supostamente escrito e assinado pela professora pede ainda a colaboração dos pais para que eles acompanhem a conversa na internet. A garota também contou, ao voltar pra casa, que a professora também sugeriu que ela tentasse marcar um encontro com o tal pedófilo em frente à catedral da cidade, onde ela estaria filmando para flagrar o fato.
Fonte: Portal Terra
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