Fiscalização flagra descarte irregular de entulho em áreas de São Carlos
quinta-feira, 25 de julho de 2013Uma fiscalização da Prefeitura de São Carlos (SP), Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e Polícia Militar flagrou, nesta quarta-feira (24), duas áreas que estavam recebendo entulho da construção civil irregularmente, no Jardim Zavaglia. Os locais ficam próximos a uma área de preservação ambiental e existe o risco de contaminação da água do córrego da Água Quente. Um dos donos disse que usava o material para aterrar o terreno e não sabia da ilegalidade. A empresa que depositou alegou que foi um pedido do proprietário. Todos devem ser autuados e o caso encaminhado ao Ministério Público.
A Coordenadoria de Meio Ambiente estima que foram usados cerca de 2 mil caminhões para depositar todo o entulho clandestino, que em um dos locais chega a dois metros de altura. São restos de construção como ferro, tijolos quebrados, plástico e madeira.
Em uma chácara, cerca de 7 mil metros quadrados foram aterrados usando o material. “A gente recebeu a denúncia, mas não temos o levantamento exato de como era feito o depósito. No local realmente existe um grande volume de material de construção civil, sem conhecimento de qualquer órgão ligado a esse tipo de serviço. A gente está verificando a quantidade e o proprietário está sendo notificado para dar maiores esclarecimentos”, afirmou o chefe da Divisão de Fomento à Redução e Controle de Resíduos Sólidos, Kleber Renato Luchesi.
Ainda segundo Luchesi, as áreas são vizinhas de uma área de preservação ambiental. “Teremos que fazer um estudo para ver se houve invasão. Vai ter sanção do dono e eventuais participações, como das empresas que depositaram sem autorização”, explicou.
Durante a ação, um caminhão carregado com terra e entulho chegou até a propriedade. Outros dois veículos vazios, da mesma empresa, também estavam no local. O dono da chácara, Ademir Antônio Bortolin, disse que a empresa trazia o entulho e que ele não sabia que era proibido. “Deixei porque eu achei que, por ser uma chácara, não tinha problema ser aterrado. Eu estava aproveitando para aterrar e eles não pagavam nada. Seu eu soubesse não tinha deixado”, disse.
Funcionários da Secretaria de Habitação também flagraram uma construção irregular na propriedade. O local foi interditado. Em outro área, o dono Claudemir de Queiroz Mattos disse que há um mês deixava que o entulho fosse trazido para aterrar a área e evitar enxurradas. “As terras limpas a gente compra para dar o acabamento. Não tivemos assistência de ninguém. O pessoal tá jogando em um monte de terreno e achei que estava tudo em ordem”, afirmou.
“A intenção dos proprietários é regularizar o relevo, mas eles teriam que fazer isso de forma adequada e não com resíduos da construção. Vamos autuar os proprietários e vamos reportar isso à promotoria. Nas duas áreas estão sendo feito aterramento com resíduos da construção, o que é irregular”, disse a bióloga da Cetesb, Dorothy Carmem Pinati Casarini.
A transportadora Bragato informou que o despejo ocorreu a pedido do morador, que queria reutilizar parte do material de entulho.
Descarte
Desde abril, São Carlos cobra pelo descarte de entulho. O serviço pode custar entre R$ 20 e R$ 80. Em maio, um espaço particular para armazenar os resíduos começou a funcionar, mas, de acordo com a Prefeitura, apenas 30% do entulho é depositado de forma correta.
No bairro Zavaglia, a reportagem do Jornal Regional flagrou mais entulho depositado ao lado das estradas e em terrenos baldios. “Não podemos permitir que empresas trabalhem dessa forma. Existem entulheiras credenciadas pela Cetesb para receber material de construção. Vamos ter que identificá-los, pois todo infrator ambiental tem que reparar o dano”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Sustentável, José Galízia Tundisi.
Fonte: G1
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