Pacientes de São Carlos sofrem com a falta de medicamentos e alimentos
segunda-feira, 26 de novembro de 2012Os pacientes de São Carlos (SP) que sofrem com doenças crônicas enfrentam dificuldades para dar continuidade ao tratamento. Isso porque o fornecimento de materiais para um tipo raro de diabetes e de alimentos especiais para quem se nutre por sonda foi interrompido.
O operador de caixa Arthur Felipe de Moraes tem 21 anos e tem diabetes tipo 1, a forma mais agressiva da doença. O estudante Adriano Barbosa Silva também tem 21 e enfrenta o mesmo problema.
As famílias já tentaram todo tipo de tratamento, mas os dois só sobrevivem se tiverem uma bomba com a insulina, que carregam com eles o tempo todo. “Eu uso ela como se fosse um pâncreas secundário para cobrir toda insulina que o meu pâncreas deveria estar produzindo”, explicou Silva.
A insulina é colocada dentro da bomba e por meio de um cateter o medicamento é injetado. O tratamento custa, em média, R$ 1,5 mil por mês. Por isso, as famílias entraram na Justiça e conseguiram que o estado garantisse o fornecimento por toda a vida. Só que há três meses, eles têm dificuldades para retirar esses materiais.
“De vez em quando eles falam que é a licitação que está atrasada, de vez em quando é a verba que não foi liberada. Uma vez eu reclamei com a diretora e ela falou para eu ligar para o governador”, contou o pai de Adriano, José Carlos Silva. “A gente tem reclamado, tem ligado, a gente vai até lá e a resposta é sempre a mesma: daqui a 15 dias”, completou a mãe de Arthur, Célia Regina Cheida.
O cateter precisa ser trocado a cada três dias e com o aumento do tempo de uso, o local onde o medicamento é aplicado fica cheio de feridas. “A gente fica preocupado, porque se não tiver o controle agora, eu vou ter problema mais pra frente. Primeiro ataca o rim, depois a visão, então isso preocupa porque não tem o controle, né?”, desabafou Moraes.
Falta de assitência
Outras famílias também sofrem com a falta de assistência a pacientes com doenças crônicas. Há três anos, por causa das doenças de Alzheimer e de Parkinson, a aposentada Durvaline está presa a uma cama. Não anda, não fala e nem come sozinha.
Ela só se alimenta por sonda. O nutriente é caro e a família recebia da Prefeitura de São Carlos, mas agora está em falta. “A nutricionaista pediu 12 latas que é o uso mensal e eles mandavam somente oito. Agora eles me mandaram apenas duas”, reclamou a dona de casa Ednamar Pedro Araujo.
Cada lata custa cerca de R$ 60, um gasto de R$ 700 por mês, mais do que a aposentadoria que a idosa recebe. É com esse dinheiro, um salário mínimo, que a família sobrevive, já que a filha não pode trabalhar porque precisa cuidar da mãe. “É horrível você ver sua mãe nessa situação que está e não conseguir alimento para ela. É muito difícil e muito dolorido. Só quem passa por isso sabe a dor que é”, desabafou Maria Benedita dos Santos.
Fonte: G1
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