Nova regra entope ruas de São Carlos com entulho
sexta-feira, 4 de maio de 2012Uma mudança na regra de descarte de materiais recolhidos por caçambas tem deixado entulho espalhado pelas ruas de São Carlos (232 km de São Paulo).
É que agora os resíduos da construção civil recolhidos pelas empresas da cidade não podem conter galhos de árvores e outros materiais.
Com a alteração –regulamentada em 2010, mas que só entrou em vigor nas últimas semanas– os caçambeiros ficaram sem ter para onde levar as caixas cheias, que se acumulam em frente a residências e casas em construção, conforme a Folha constatou quinta-feira (3) na cidade.
Aquecido, o setor da construção civil se tornou um dos maiores geradores de resíduos não só em São Carlos. Reportagem publicada pela Folha na última quarta-feira (2) mostrou que o problema também acontece em municípios de pequeno porte do interior de São Paulo, mas por outro motivo: a falta de locais apropriados para a destinação desse lixo.
São os casos de Jardinópolis, Serrana e Barrinha, região de Ribeirão Preto, e Ubarana, Potirendaba e Guapiaçú, cidades próximas a Rio Preto. Lá, os resíduos se acumulam em ruas e calçadas e atrapalham o trânsito.
Em São Carlos, antes da nova regra, o material era levado para uma entulheira, onde a triagem é feita por uma cooperativa. Hoje, a prefeitura de São Carlos recusa o material quando está misturado.
Os locadores de caçambas alegam que prefeitura transferiu para eles uma responsabilidade que não é deles.
“Estou com dez caçambas paradas por não ter para onde mandar os galhos e a madeira”, afirma o empresário Fábio Stramantino Rusca.
OUTRO LADO
Segundo o diretor do Departamento de Resíduos Sólidos da Prefeitura de São Carlos, Paulo Shiroma, as mudanças foram divulgadas e a separação antecipada é necessária, pois a mistura impossibilita o descarte.
“Se não houver separação, o material tem que ser enviado a um aterro sanitário pago”, disse. A cooperativa só faz a triagem final.
Shiroma disse que vai agendar uma reunião com os caçambeiros. “Vamos ouvir as dificuldades e [verificar] a possibilidade de uma intervenção da prefeitura.”
Sobre os galhos, o diretor informou dispor de um triturador, mas disse que o material também não é recebido se estiver com outros detritos.
Segundo ele, São Carlos gera entre 350 e 550 toneladas de resíduos de construção por dia e reaproveita 30% na fabricação de blocos, bancos e mesas para praças.
Fonte: Jornal de Floripa