Falta de verba prejudica o desfile de Carnaval em São Carlos
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013Sem dinheiro, cidades da região cancelaram os desfiles das escolas de samba no Carnaval deste ano. Cada município justificou de maneira diferente a suspensão dos eventos, mas as razões mais citadas foram a falta de verbas ou o direcionamento dos recursos para outras áreas. Em Casa Branca, São Carlos e Itirapina não haverá desfiles. Já na cidade de Araraquara (SP), o número de escolas na avenida foi reduzido, situação que ocorre também em São João da Boa Vista.
O prefeito eleito em Casa Branca, Ildebrando Zoldan (PSDB), cancelou a festa alegando dois motivos que, para ele, são prioridade no município: a saúde e o tratamento de água e esgoto.
Teve gente que não gostou, mas a promessa de reverter o dinheiro que seria gasto no Carnaval (cerca de R$ 200 mil) para esses dois setores fez alguns moradores mudar de opinião. “Tudo bem se for para ajudar ainda mais as pessoas carentes”, diz o aposentado Fabrício Pereira.
Sem verba pública, o presidente do Bloco da Manduca, Guto Cossi, está reunindo amigos para dividir despesas e pedir ajuda no comércio local para levar os blocos às ruas. “Nós temos dois blocos (um para adulto e outro para crianças) e estamos tentando trazer um de Campinas, de maracatu, tentando acrescentar isso na cultural local”.
Por falta de incentivos, a vice-presidente da escola de samba Pantera Negra, Regina Célia Cassolato, conta que a solução encontrada para aproveitar a festa é desfilar em outro município. “Nós vamos participar em Pirassununga (SP) porque lá tem Carnaval de rua. Fomos convidados, então vamos todos para lá este ano”.
Banda na praça
Em São João da Boa Vista (SP), a Prefeitura também não irá liberar dinheiro para escolas de samba. A verba que normalmente era usada para fazer os tradicionais desfiles será aplicada de maneira mais econômica em uma festa com banda na praça.
“É muito melhor fazer os bailes em um praça por enquanto para ver o resultado disso e poder definir o futuro do Carnaval na cidade. Ou se continua com os bailes, ou com os desfiles das escolas, ou uni tudo, o que seria o melhor”, explica Beto Simões, diretor de Cultura e Turismo.
A reformulação do evento ocorre depois de um ano em que houve muitos desentendimentos. Em 2012, das quatro escolas da cidade, apenas uma desfilou, a Mocidade Unidos da Vila. “É um pouco de desorganização das escolas, elas não são unidas, se distanciam durante o ano uma da outra, que não é o certo”, diz Valdemar Nascimento, presidente da Sol Nascente.
É somente essa união que está em falta hoje pode salvar as escolas de samba no município. “Eu te garanto que se o ano que vem tiver três escolas os desfiles voltam”, afirma o secretário de
Cultura e Turismo.
A Mocidade quer e vai desfilar mesmo sem verba pública. A escola tem várias conquistas e em 2013 completa 25 anos. “Nós vamos trazer a bateria, as baianas, as passistas. As pessoas que vestiam fantasias em forma de alas, esse ano virão de camisetas. É um jeito de não se calar, estamos convictos que, se depender de nós, vamos lutar até o fim para que a festa volte”, diz o presidente da agremiação, Reginaldo Rodrigues.
Prestação de contas
Em São Carlos, a Prefeitura de São Carlos cancelou a festa na cidade. O principal motivo é que a Liga Independente das Escolas de Samba não conseguiu prestar contas do repasse feito no ano passado.
“Do total de R$ 144, 5 mil nas prestações de contas apresentadas, mais de R$ 41 mil foram rejeitados e outros R$ 46 mil houve pedido de novas informações. Então isso inviabilizou a possibilidade de a Prefeitura realizar um novo apoio ao Carnaval 2013”, explica o coordenador de Arte e Cultura, Ney Vilela.
Redução
A festa em Araraquara terá o número de escolas reduzido pela metade este ano na avenida. Além disso, o desfile será feito em uma única noite. O anúncio foi feito pelo prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) após se reunir com vereadores, o presidente da Liga das Escolas de Samba e Instituições Carnavalescas (Lesec), Eduardo Ramos, e representantes das agremiações.
Neste ano, participarão do desfile cinco das dez escolas presentes no ano passado: Gaviões do Selmi Dei, Mancha Araraquara, Nação Quilombola, Unidos da Morada do Sol e Benê do Victório De Santi.
Os blocos também não farão parte do Carnaval deste ano, que terá o cronograma definido nos próximos dias. “Nesse momento inicial de governo existem algumas outras prioridades que não tem como não ser atendidas”, explica o secretário da Cultura, Renato Haddad.
Fonte: G1
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